Há alguns anos atrás, minha mãe teve um problema seríssimo de saúde, que a fez ficar alguns meses em um grande hospital. E eu passei vários dias e noites com ela, foram tempos difíceis.
Lembro de vários personagens lá do hospital: uma senhorinha mal humorada, que agredia as pobres enfermeiras; uma menina que andava com uma camisa do Corinthians e dizia ser apaixonada pelo Neymar (que na época era jogador do Santos) e eu achava isso engraçado; enfermeiras alegres e cuidadosas e outras bem chatas.
Mas um dia em especial, me fez parar para refletir sobre as relações humanas, sobre como somos com os outros e como eles são conosco. Nesse dia, a que me refiro, um médico da paciente que ficava na cama ao lado da minha mãe, passou para fazer a famosa “visita de médico”. Ele perguntou da porta mesmo: ” – E aí, tudo beleza? Se sente bem?” E a paciente acenou com a cabeça, dizendo que sim. Então ele se retirou e, provavelmente, foi para outra “porta”.
E, eu pensei abismada: “Como assim, ele nem vai entrar? Nem vai ver ela de perto?” Obviamente, ele não voltou naquele dia. E fiquei refletindo sobre isso, até hoje, momento em que decidi exteriorizar o que penso. Eu compreendo que, talvez, sejam muitos pacientes e ele não tenha tempo para atender todos , então se limita a dar mais atenção àqueles que não se sentem bem. Mas, acho muito esquisito esse tipo de “consulta”, de atendimento, ou sei lá qual é o nome.
Mas penso que seria muito mais bacana se os médicos tivessem um atendimento mais humano com os pacientes, nem que para isso, fizessem uma equipe médica para ir a cada quarto atender, com paciência e carinho, cada um deles. Ouvir o que eles tem para dizer, examinar cuidadosamente…
Utópico? Talvez. Impossível? Creio que não. Um exemplo real disso que estou falando é Patch Adams . Admiro muito o trabalho dele, Inclusive tem um trecho no Wikipédia, sobre ele, que resume bem o que quero dizer com esse texto: “Sua filosofia de vida é o amor, não apenas no âmbito hospitalar, mas em nossas relações sociais como um todo, independente de lugar. Tem por opinião que o objetivo do médico não é curar e sim cuidar. Cuidar com muito amor, tocando nos doentes, olhando em seus olhos, sorrindo…”
Sinto que falta mais afetividade e empatia no mundo, as pessoas estão cada vez mais egoístas e se importando menos com o próximo. Cada um constrói o seu “mundinho”, distante de todos os outros. Assim como Patch Adams, acho que precisamos de mais amor em todas as profissões, hoje vejo professores distantes de seus alunos, vejo patrões distantes de seus funcionários, as pessoas não estão mais se relacionando direito. E isso é triste, muito triste!
Na educação, existem pesquisas que comprovam que crianças aprendem melhor quando gostam de seus professores, quem nunca quis ter uma “Professora Helena” na vida? Uma professora carinhosa, que se importasse com os alunos e que os ajudassem a ser pessoas melhores?
Por um mundo com professores compreensivos, médicos carinhosos, patrões bacanas, pessoas mais amáveis. Atitudes boas mudam o mundo.
Torço para o dia em que as pessoas percebam o quanto o amor é importante nas relações humanas, pessoas precisam ser cativadas! Um mundo cheio de amor faz mais pessoas felizes e bem sucedidas.
Mais amor, mais toque, mais olho no olho, por favor!