Outro dia, entre a faxina do dia a dia, encontrei um velho álbum de fotografias. Passei horas folheando e, a cada nova foto vinham turbilhões de memórias — a maioria boa. Ri com as fotos engraçadas, achei graça das descrições, muito coisa mudou de lá para cá: as nossas aparências, a minha letra (era horrível), os nossos planos…
É engraçado (e assustador ao mesmo tempo) como quanta coisa mudou, nas fotos tem gente que já se foi, tem gente que tem família, tem gente que sumiu do mapa!
Algumas pessoas que eram meus amigos, simplesmente não são mais. Sem nenhum motivo aparente, a não ser o tempo e as circunstâncias que nos afastaram.
As vezes, me deparo com fotos dos adolescentes no facebook, com frases do tipo: “Amigos para sempre!”; “Nossa amizade nunca terá fim”, e etc. E lembro que eu também já usei essas frases inúmeras vezes. E que hoje, passo por pessoas que eram grandes amizades e a gente mal se cumprimenta.
Mas não é culpa deles, minha também não é. As amizades são como os amores, não duram pra sempre, porque “para sempre” é tempo demais. Duram exatamente o que tem que durar. O suficiente para deixar lembranças e experiências (boas e ruins).
Tenho sim amigos desde sempre, amigos que mesmo a distância e a falta de tempo , não impediu que nossa amizade continuasse.
Um dia sei que olharei para outros álbuns de fotografia e lembrarei dos meus atuais amigos com carinho, mas talvez percamos o contato também, são coisas da vida.
Mas guardarei para sempre todos aqueles que me fizeram rir, que me deram bons conselhos e que estiveram ao meu lado quando precisei. E vou continuar torcendo pela felicidade de cada um.
E, quem sabe um dia, as nossas promessas de reencontro (que nunca dão certo) aconteça e a gente relembre todas as nossas grandes histórias. E, quem sabe, na melhor das hipóteses voltemos a nos encontrar sempre e compartilhar novas aventuras?
Enquanto isso não acontece, passo meu tempo relembrando o passado e me sentindo grata por ter convivido por cada um deles.
Termino com uma frase , que não sei ao certo de quem é a autoria ( Paulo Sant’Ana?)Mas que define bem o meu sentimento por meus velhos e novos amigos : “Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos! A alguns deles não procuro, basta saber que eles existem. Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida (…) mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não o declare e não os procure.”