Até logo!

* Se quiser ouvir enquanto lê:

Mariana estava ansiosa,suas mãos suadas tremiam.

Dentro do carro ela olhava pela janela, mas não via e nem ouvia nada.

O carro estaciona e ela se obriga a descer.

A respiração começa a ficar lenta, dificultosa. Os passos compassados, a vontade mesmo era de voltar , de correr no caminho contrário. Mas há coisas na vida de que, infelizmente não se podem fugir.

Acompanhando a irmã ela passou por um corredor frio. Aliás tudo ali era frio, até as cores transmitiam essa sensação.

Chegou a uma sala, onde recebeu as instruções de vestir uma espécie de avental verde claro, lavar as mãos, passar álcool em gel e vestir luvas.

A hora estava chegando.

Ela caminhou com mais umas vinte pessoas.

Até chegarem a uma porta branca, enorme. Mariana engoliu o choro, sentiu um enorme nó na garganta e o coração doía na mesma intensidade.

Entrou e não consegui evitar de olhar para os lados e ver inúmeras pessoas quase sem vida. O barulho das máquinas não era um som muito agradável.

Até que ela chegou a cama do pai. Ele a recebeu com um belo sorriso no rosto, mas o olhar era melancólico.

Ele não falava nada, mas compreendia tudo o que era dito e ela e a irmã contaram tudo o que estava acontecendo sem a presença dele. Riram muito. Mari disse que não esperava a hora dele sair dali para fazerem aquele sanduíche de presunto e muçarela que eles tanto adoravam. Ele não respondeu. Apenas deu um sorriso contido.

Tinha acabado o horário de visitas, era hora de ir. Mesmo sem querer.

Mariana dá um beijo no pai e se despede com um até logo. Até amanhã, até daqui dois meses…

Mas no fundo ela sabe que, na verdade, era hora de dar adeus.