O moço dos olhos cor de mel – parte III

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O sonho acabou

Já percebeu como tudo que é bom parece fazer o tempo voar? E também foi assim com a história de Lisbela e Rodrigo. Já haviam se passado dois anos, desde que se conheceram e de súbito se apaixonaram.

Agora estavam na correria dos preparativos do casamento. Foi preciso menos de um ano para desejarem ser um do outro para sempre, por questões familiares decidiram que iriam formalizar e fazer uma grande cerimônia para comemorar. Os amigos diziam que seria o “casamento do ano”.

Lisbela estava radiante , de repente parecia que o mundo inteiro resolveu se casar e onde ela ia só via coisas relacionadas a esse tema.

Parecia tudo perfeito, mas na vida real é muito mais difícil que a ficção e nem sempre as histórias tomam os rumos que queremos. Embora sejamos autores de nossas próprias histórias, as vezes, cometemos deslizes e na vida real não tem revisão, uma rasura será sempre uma rasura e não há nada que possa mudar isso.

Faltavam duas semanas para o casamento e Lisbela tinha acabado de provar o vestido, faltava só alguns detalhes na decoração. Ela estava tão empolgada! Queria dividir essa felicidade com alguém, mas não poderia ser com qualquer um, tinha que ser com Rodrigo. Queria contar tudo que tinha provado e escolhido para o grande dia.

Foi ao banco e ao chegar lá viu ele conversando com Célia, uma colega de trabalho, loira, dos olhos verdes e corpo escultural, obviamente  Lisbela  a considerava insuportável. Percebeu que os dois conversavam exaltados, Rodrigo punha as mãos na cabeça e ela dizia algo em seu ouvido. Lisbela não gostou nada daquilo. O que será que estava acontecendo? Ela chegou devagar, Célia olhou-a de baixo e com um sorriso, cumprimentou-a. Lis sentiu um pouco de perversidade naquele sorriso.

— Olá, querida. Tudo bem? — disse Célia dando beijinhos no rosto de Lisbela, que sem graça respondeu com outro sorriso. Assentindo a cabeça em resposta afirmativa.

Célia continuou a fala:

— Deixarei vocês dois conversando, vocês tem muito que conversar e …

Rodrigo grosseiramente disse:

— Por favor, Célia. Saia! Ou te tiro daqui eu mesmo.

Célia ergueu as mãos para o alto e chacoalhou em sinal de deboche.

Rodrigo deu uma forte suspirada e fez sinal com as mãos para que Lis se aproximasse. Ela toda tímida foi e sentou em seu colo.

Está tudo bem, amor?  — Disse ela

Ele respondeu, passando a mão pelos seus cabelos:

— Sim, amor. Desculpe, é que a Célia me tira do sério. Mas vamos falar de nós dois. Conte-me porque veio me visitar. Ah, já sei não resistiu de saudade, né?

Lisbela riu.

— Ah , claro. Ainda bem que esse problema vai acabar logo.  Daqui uns dias eu vou querer que você fique longe de mim. Isso sim.

— Nunca, você não conseguirá resistir ao meu perfume e ao meu jeito …

— Convencido de ser! hahahah — completou Lisbela aos risos.

Célia observava de sua mesa, incomodada com as demonstrações de amor do casal. Ela pensou : “Irei acabar com isso agora mesmo.” Pegou um papel que havia imprimido , levantou-se o foi até a mesa de Rodrigo. Esticou o braço com a folha estirada na cara dele e de sua noiva.

— Aqui está a prova que me pediu. Espero que agora não reste nenhuma dúvida…

Lisbela ficou sem entender , até ler em letras garrafais a palavra POSITIVO, no papel que Célia segurava.

Rodrigo e Célia começaram a discutir. Lisbela interrompeu os dois. Dirigindo-se a Rodrigo perguntou, com a folha em suas mãos:

— O que é isso?Rodrigo, diga , me explique agora.

Como resposta ela teve silêncio dos dois.

Ela sentiu uma raiva tão grande , que seu corpo tremia todo. Saiu pisando duro para fora do banco. Todo mundo lançou o olhar para os três. E os cochichos começaram.

Rodrigo foi correndo atrás dela . Pegou-a pelo braço.

— Espere, por favor, eu posso explicar. Não vá assim!

— Eu só quero uma resposta. Ficou óbvio que aquela desqualificada está grávida, mas quero saber se há a probabilidade desse filho ser seu.

Rodrigo calou-se e ficou olhando para ela. Com os olhos cheios de lágrimas.

— Ok, isso já responde a minha pergunta. Adeus!

Ele apertou com mais força o braço dela. Puxou-a para perto tentando dar-lhe um abraço.  Ela se mexia tentando soltar dele.

— Solte o meu braço agora. A-G-O-R-A!  Me deixe ir.

— Não, por favor. Eu quero te explicar, por favor não me rejeite, não me deixe! Eu te amo.

Lisbela chorando. Olhou para ele com um olhar raivoso. Os olhos dele marejados, já não pareciam cor de mel, estavam esverdeados . Soltou seu braço e o deixou para trás chorando  e chamando por seu nome. Pela primeira vez na vida ela não respondeu com reciprocidade o “Eu te amo” proferido por ele. Ela queria dizer que não o amava mais, mas estaria mentindo para si mesma.

{continua…}

Agradeço a todos os comentários amáveis que recebi nos posts anteriores e peço mil desculpas para a demora nas continuações, estão com problemas na internet e não estava carregando a página de posts. Mas agora o problema foi resolvido (pelo menos é o que espero rs). Abraços! ❤

5 comentários sobre “O moço dos olhos cor de mel – parte III

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