
Todo herói tem um vilão terrível que faz de tudo para destruí-lo. As vezes eu acho que meu vilão é meu cérebro, meu vilão sou eu mesma. E como é que se luta contra si ?
Sabe aqueles dias em que nada de ruim aconteceu, mas você se sente um lixo? Dá vontade de chorar, de sair correndo contra o vento, sem destino. De não ver gente. Vontade de ficar só e esperar passar esse momento. Nesse dia todos aqueles dias que você enterrou em algum compartimento secreto do coração vem à tona. Justo aqueles doloridos que você se esforça diariamente para esquecer. O coração fica com aquelas feridas abertas e em um dia aleatório, volta a doer. É como se tivesse um dispositivo chamado: feliz demais! E que fica apitando, porque é muito perigoso ter felicidade em excesso. Então o corpo reage mandando um pouco de tristeza, baixa autoestima, e voilà! Tudo voltou ao seu perfeito equilíbrio. Nem feliz, nem triste. Meio assim sei lá.
Antes eu odiava quando esses dias surgiam, hoje eu já encaro de forma diferente. Esses momentos servem para reflexão, muitas vezes fugimos das coisas ruins e ficamos anestesiados, não sentimos de forma realista tudo que está ao nosso redor. Vivemos como se nossa vida não tivesse problema nenhum quando na verdade as sensações ruins estão ali bem na nossa cara. E tentar fugir delas é tão inútil quanto cobrir a cabeça com um cobertor para fugir de um perigo que a gente nem sabe se realmente existe.
Que sentimento de m! é esse afinal? Meio termo. Morno. É o purgatório emocional.
Dia perfeito para assistir filmes no estilo “Se eu ficar” , porque você pode ter a desculpa de que está chorando por causa do filme e não sem motivo nenhum.
Mas nenhum sentimento é em vão. A tristeza tem que vir de vez em quando para refletirmos melhor. Porque a empolgação, às vezes, cega de mais.
Aí depois de uma semana se sentindo a pior pessoa do mundo, sem motivo nenhum, você simplesmente encaixota todos os sentimentos ruins e tudo volta ao normal.
A vida continua, a caixa está vazia de novo e, inconscientemente, você começa a guardar pequenos sentimentos do dia a dia até chegar o tempo de esvaziar tudo de novo.