Lugar seguro

O lugar seguro já esteve em um quintal cheio árvores, já esteve em um cantinho do sofá e já esteve dentro de um quarto tocando uma música triste do início dos anos 2000.

E, agora onde está o lugar seguro?

Lá fora está um caos e aqui dentro também.

O barulho do mundo ecoa tão alto que as minhas palavras se desmancham e caem ao chão, pequenininhas, elas não tem força para enfrentar um som tão alto.

Parece que uma boa música tocando no fone de ouvido já não é mais o suficiente.

Parece que um dia ensolarado perdeu o seu encanto…

As vezes eu espio a lua por uma fresta da persiana ela parece tão linda e iluminada mas parece que ninguém consegue mais enxergá-la.

Olho para o mundo e ele parece o mesmo do jeitinho que deixei quando fechei a porta da minha casa. Mas muita coisa mudou enquanto eu fazia mais uma receita de bolo.

Desliguei a televisão porque já não trazia boas notícias. E tentei ignorar que existia um mundo lá fora e tentei inventar um mundo aqui dentro. Não deu certo porque eu tenho dificuldade em manter as coisas em ordem por muito tempo.

Tomei um banho para que as lágrimas se confundissem com a água que caia e sufocassem a dor que vinha de dentro.

Eu tentei correr e procurar um novo lugar seguro. Mas o lugar seguro deixou de existir, o novo normal engoliu ele.

O novo normal é um desespero. É medo. É incapacidade.

Nunca desejei tanto que um fim se aproximasse.

De repente 30

Quando o filme De repente 30 foi lançado, em 2004, eu tinha 13 anos, assim como a Jenna Rink (fase adolescente). E, assim que eu assisti ele já se tornou o meu filme favorito (decorei todas as cenas e falas haha). Eu ficava imaginando como seria ter a tal idade do sucesso “thirty and flirty and thriving”.

Não teve mágica, mas assim como no filme, o tempo passou voando! Parece mesmo que eu dormi com 13 e acordei com 30 .

Eu tenho uma imaginação bem fértil, mas jamais imaginei que completaria os 30 anos em um momento histórico, e preferia não ter essa experiência. (risos)

Tive muitas crises de ansiedade no ano passado. E, assim como muita gente enfrentei coisas muitos difíceis e me deu vontade de desistir de tudo várias vezes. Mas respirei fundo e pedi muito discernimento para Deus. Quando esse ano começou, prometi para mim tentar manter a calma (está difícil, mas sigo tentando). Espero que ano que vem estejamos livres desse vírus (ou pelo menos vacinados).

Agora eu sou uma mulher balzaquiana!

Balzac disse que: “os 30 anos é o ápice poético da vida das mulheres.”

Espero que os meus 30 sejam cheios de poesia.

Na semana passada, comemorei com a minha família a chegada dos 30. E o meu maior presente foi ter a minha mãe e o meu pai aqui comigo, porque foi o que eu mais desejei nos últimos tempos. Para mim, ter a minha família unida já é ser bem sucedida. Então, com muita gratidão chego na esperada “idade do sucesso”.

Ah, sim. Só para variar fiz um “Playlist de aniversário” , Se quiser ouvir: