Covarde!

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“Esperar por você é como esperar a chuva nessa seca: inútil e decepcionante.” Imagem: aqui!
* Texto inspirado na música “If I had Eyes.” Clique aqui para ouvir, enquanto lê. 🙂
“Sometimes time doesn’t heal
No not at all
Just stand still
While we fall
In or out of love again
I doubt I’m gonna win you back
When you got eyes like that
It won’t let me in
Always looking out”

 

E quando o tempo não cura? E quando procuramos nos livrar da dor que aperta, que machuca, que destrói as esperanças e ela insiste em ficar?

Tudo que as pessoas sabem dizer é: espere o tempo que tudo se resolverá!

Engraçado como o tempo é. Ele te faz pedir para que passe devagar durante aquele beijo apaixonado e te faz implorar que passe rápido quando a paixão acaba.

Você sempre disse que eu tinha um olhar doce e eu sempre gostei de ver a minha imagem refletida em seus olhos. E nosso olhares  que antes se procuravam, hoje se evitam. Eu sempre acreditei que os olhos não mentiam, mas eles mentem,sim eles mentem, você mentiu.

Como faz tirar essas amarras que ficaram em meu coração? Como faz pra me libertar desse aperto na garganta, que me impede de expressar toda a revolta que estou sentindo?

Você me obriga a dizer não, quando eu sempre quis dizer sim. Você disse que sempre lutaria pelo nosso amor, mas foi covarde! Me abandonou, me iludiu, fez com que eu me sentisse única e eu percebi que, para você, eu fui só mais uma.

 Você acha que meu olhar não vai te perdoar, mas nem tentou me reconquistar. Nós poderíamos ficar horas consertando os pregos tortos a que você se refere e construir um lugar só nosso, mas você é covarde demais para tentar.E eu fico aqui, vendo você ir embora, sem sequer olhar para trás, sem me dar um adeus digno. E esperando o tempo passar para uma tentativa vã , de esquecer que um dia você e eu fomos uma história de amor, a mais linda e mais dolorida de todas elas.

Sempre

*Vou colocar o link de uma música que não tem nada a ver com o texto, mas não sai da minha cabeça, é bem bonitinha rs Se quiser ouvir enquanto lê:  https://www.youtube.com/watch?v=sIWgF4QB89A
hqcelebrity.org
We♥It

Sempre vai ter uma canção pra te lembrar aquele idiota que te fez chorar.

Sempre vai ter um lugar que você vai odiar estar , por te fazer lembrar dele.

Sempre vai ter um sorriso ou olhar parecido.

Sempre vai ter um cheiro que não vai sair da sua cabeça.

Sempre terá um dia especial que vai te fazer sofrer para apagar do calendário e fingir que é só mais um dia comum.

Sempre vai ter as mensagens salvas e as ligações ao meio dia.

Sempre vai ter aquela foto linda nas redes sociais, que você não tem coragem de apagar.

Sempre vai ter os trecos que ele te deu de aniversário, de dia dos namorados e de um dia que ele viu na vitrine de uma loja achou a sua cara e te surpreendeu com o presente.

Sempre vai ter a saudade que te impede de se desfazer de todas as coisas ditas anteriormente.

Mas sempre é tempo demais.

E como diz aquela música que você ama: “O pra sempre, sempre acaba”.

Plano perfeito

Você pode não perceber , mas o meio é altamente influenciável em nossas decisões.

Quando estamos apaixonadas o mundo parece mais colorido que antes, as pessoas mais simpáticas, a natureza mais bonita, o canto dos pássaros parece até uma música romântica. Andar de mãos dadas parece a sensação mais incrível do mundo!

O “para sempre” é certo. Casamento, filhos, cachorros, gatos, papagaios… O plano é perfeito. Ou pelo menos, é isso que a gente acha.

Daí vem a decepção , as várias horas deitada, abraçada ao travesseiro e chorando ininterruptamente. Parece o fim do mundo, o coração fica apertado e a dor é uma das piores já sentidas. Entre soluços, lembramos e relembramos os acontecimentos ruins que fizeram o “amor” acabar.  Até que chega a hora de tomar uma decisão. Então,  olhamos o espelho e com os olhos vermelhos depois de tanto chorar, secamos o rosto e prometemos: é a última vez que me apaixono!

O “para sempre” é substituído pelo “nunca mais”. Agora as prioridades são outras: carreira, estudo, viagens… Este plano parece ainda mais perfeito.

Mas sabemos que isso não é verdade. E um dia você está lá: coração frio, inalcansável. E no outro, conhece um sorriso que faz você esquecer a tola promessa que fez ao seu reflexo.

E lá vem você…

De mãos dadas, com sorriso bobo, fazendo planos e promessas novamente… Quem sabe dessa vez, né? O plano é mais-que-perfeito.

Sobre a transitoriedade das dores

♥

Desde criança sempre vivi no interior.

E uma das coisas que mais movimentavam a cidade eram os ‘showmícios‘, que eram festas oferecidas pelos candidatos a prefeito e vereadores, em que haviam bandas fazendo seu show e em algum momento os candidatos tomavam a palavra para expor as suas propostas. Essas festas agitavam a cidade, e as pessoas iam com suas famílias prestigiar o evento .

Eu era criança, nem lembro ao certo quantos anos tinha, mas era entre 5 e 6 anos. Lembro bem do movimento na cidade, o showmício foi perto da praça e eu, obviamente não me lembro qual era o partido que ofereceu a festa e nem a banda que estava tocando, porque isso não me interessava nem um pouco.

Lembro sim, de bandeiras balançando, e das vozes exaltadas dos adultos que estavam em cima do palco e queriam através de suas palavras duras convencer seus ouvintes. Lembro de casais de namorados que passavam de mãos dadas e ignoravam tanto, ou mais que eu o que aqueles homens diziam.

Mas o que aconteceu naquele dia foi uma coisa boba, que não tem nada de especial, a não ser o fato de uma experiência infantil ter me feito encarar muitas coisas de forma diferente…

Eu estava brincando com meu irmão, e a praça era enfeitada por pequenas flores vermelhas, que a primeira vista até poderiam ser inofensivas, mas que tinham em seu calo inúmeros espinhos. Um perigo para  crianças distraídas (leia-se eu). Acontece que, em determinado momento, eu subo em um dos bancos da praça e me desequilibro, caindo com os braços sobre os espinhos que perfuraram a minha pele. No momento, além dos meus pais, outros adultos vieram para tentar me ajudar, eu gritava e chorava muito.   Lembro das marcas que ficaram dos espinhos. Mas da dor mesmo, eu não me lembro, lembro que doeu muito, mas não lembro exatamente de como foi essa dor. E, hoje em dia nem lembro muito desse dia. Me lembrei hoje porque vi um lugar que tem essa flor. E sabe qual foi a “lição” que tirei desse episódio? Aquilo que os mais velhos insistem em repetir e os jovens a ignorar, aquele ditado que diz: “Não há mal que perdure, não há dor que não se cure.” Aprendi que eles estão certos, graças a Deus, nenhuma dor é eterna! No momento em que a vivemos até pode parecer que ela é, mas acredite não é.  É óbvio, que também depende da gente, se ficarmos alimentando, remoendo aquilo que nos causa dor ela será mais duradoura, a partir do momento que deixamos ela de lado ela vai ficando tão pequenininha que um dia simplesmente deixa de existir.  E você pode até ver as cicatrizes e lembrar que doeu muito, mas não vai sentir mais nada. Porque como tudo na vida, as dores também são passageiras. Ainda bem.

*Imagem retirada do We♥It