{BEDA dia 03} Fotos do Instagram

Sou apaixonada por histórias e as várias formas de contá-las.

Umas histórias lindas são contadas nos velhos livros empoeirados de uma biblioteca.

Outras, tão lindas quanto, são colecionadas em álbuns de fotografia.

Em falar em álbuns de fotografia, sinto falta da emoção que a fotografia analógica nos trazia:

a incerteza de saber se todas as fotos do filme seriam reveladas;

a espera para revelar;

as cores, os momentos.

Lembro da surpresa e alegria que eu fiquei ao ver uma pessoa tirando foto com uma polaroide. Era mágico! Instantâneo. Imagine só, uma foto saindo na hora, sem precisar esperar muito…

Hoje tudo é instantâneo. Inclusive as fotos que podemos enquadrar, ver o resultado em poucos minutos e ainda editar antes de colocar naquele, que hoje, substitui muitos álbuns de fotografias por aí: o Instagram.

Apesar do discurso saudosista, eu amo ser de uma geração que viveu o restinho do analógico e que hoje conhece também o digital.

Adoro essas redes sociais com fotografias. Por vezes, a pessoa conta uma história por trás daquela fotografia e quando não tem nenhuma descrição sobre a imagem, eu crio uma história para ela.

Escolhi 5 fotos fotos lindas que vi no Instagram por esses dias e vou compartilhar elas com vocês:

  1. Minha amiga, Lari, postou uma foto bem linda lá no Instagram:

Aliás, todos os outros posts dela são lindos e inspiradores assim.Pensa em um serzinho de luz! Clique aqui para ver mais fotos dela.

2. Eu simplesmente amo esse Instagram! É de uma fotógrafa maravilhosa de Winona- MN, chamada Angie Mahlke, esse é o insta pessoal dela onde ela posta muito sobre a sua rotina com a filha, eu amo fotos assim!

Clique aqui para ir para o Instagram dela.

E aqui para visitar o site profissional.

3. Primeiro vi esse post em um outro Instagram e achei tão lindo que fui conhecer quem era aquela moça da foto. O nome dela é Carly Neave, e em seu perfil diz que ela vive em Dublin e Londres. Quando vi essa foto me lembrei de quando, há quase oito anos atrás, me tornei mãe e me senti um lixo no meu corpo pós-parto. Eu sempre via celebridades saírem de seus partos maravilhosas e sem barriga e, eu demorei dias para perder a minha. Algo natural, já que ela cresceu por 9 meses. Por isso, acho extremamente importante quem tem a coragem de expor isso. Porque daí quem vê percebe que não está sozinha e que na vida real corpos perfeitos não existem.

Se quiser ver mais fotos dessa mamãe linda clique aqui

4. A Flávia Rubim é uma mãezona de quatro crianças (uma ainda está para chegar), é palestrante e também atriz. Sempre posta um pouquinho da rotina dela com a família e além de fotos lindas ela também posta textos e vídeos inspiradores. E essa foto abaixo foi um dos muitos momentos que ela compartilha (com uma linda foto e um lindo texto):

Clique aqui para conhecer o Instagram dela.

E aqui para conhecer o site.

5. Fernanda Machado dispensa apresentações. Além de ser muito talentosa como atriz, é uma pessoa que transmite bastante luz em seu perfil pessoal no Instagram. Quando vi essa foto dela grávida, fiquei encantada.

Clique aqui para ver mais fotos do Instagram dela.

E daí gostou do post? Tem alguma foto linda que você gostaria de compartilhar comigo? Deixe aí nos comentários que eu vou amar ver!

❤ Indicação de blog do dia: A Catarina é uma linda e eu fiquei encantada com o blog dela https://catarinamorais.com/ (E já que o post foi sobre o instagram dá uma olhadinha no dela https://www.instagram.com/catarinalmorais/) hiper inspirador!

xoxo até a próxima. ❤

O café acabou

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Tudo perdeu o sentido. A vida ficou monocromática. Esse é o outono mais frio da minha vida. O café acabou, as esperanças também .

Desenterrei aquele rádio antigo e os CDs, na prateleira, empoeirados. Procurei um CD que me animasse, não houve uma música capaz de reerguer o meu humor. Estava ouvindo uma música que nem lembro o nome, o cd riscou em uma parte que dizia : “parece que tem dias que até as músicas colaboram com a nosso estado de espírito”. Tá frio demais, eu não quero abrir a janela para deixar o frio entrar.

Dessa vez achei que seria diferente. Eu nunca canso de me decepcionar. Por acaso na minha testa está escrito: “Pelo amor de Deus, me engane!” Porque, se tiver quero tirar.

Embora eu deteste o frio, eu gosto do Outono. Pelo menos naqueles dias em que tudo parece meio alaranjado e o frio é ameno, em que não é necessário usar um monte de roupas, uma blusa fina de manga compridas já é suficiente. Mas esse Outono está com cara de inverno, eu tenho até medo da estação posterior.

Nesses dias frios, me lembro como é triste não ter uma companhia para me aquecer, embaixo do meu edredom azul, que tenho desde os nove anos de idade.

No verão não estava assim.

Naquele tempo eu tinha você. Naquele tempo a gente ocupava o mesmo lugar no mundo. Agora cada um ocupa a sua própria parte.

Talvez na primavera eu supere a falta que você me faz.

O caminho

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Às vezes, o caminho é longo e a subida é tortuosa.
Às vezes, você olha para o céu esperando que o tempo passe rápido e que o destino chegue logo.
Ter paciência na época em que tudo parece acontecer tão rápido é desafiante.
Mas a vida tem dessas: às vezes é correria e, em outras, calmaria.
E é necessário saber agir nas duas situações.
Mas todo aprendizado exige tempo e determinação.
Não tem como vencer sempre, mas desistir no meio do caminho é ignorar que na outra metade pode estar a vitória que a gente tanto almeja.
E, no final da contas, Deus nos mostra que por pior que pareça a caminhada, lá no final podemos nos deparar com uma paisagem tão incrível, que se algum dia alguém nos perguntar se foi difícil a caminhada, responderemos que foi sim , mas que, no fim das contas, a vista lá de cima recompensou todas os obstáculos que encontramos no caminho.

O moço dos olhos cor de mel – O final

Olha quem finalmente veio postar o final desta história! ba dum tss \õ/

Preparem-se para drama, muito drama.

Peço desculpas à todos que queriam muito ler o final da história e agradeço quem esperou e acho super compreensível quem me desistiu de ler o final. Mil desculpas. Espero que gostem do final.

Para quem ainda não leu a história ou quer relembrar alguma parte para não ficar perdido, clique nos links abaixo:

Parte 1

Parte 2

Parte 3

♥ Parte 4

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Imagem: Ben White

Rodrigo dirigiu até a cidade que ele morava ( e que tinha conhecido Lisbela). Alugou um apartamento e ficou lá por dias fumando e bebendo, afogando as mágoas. E desejando que aquela bebida tivesse o poder de fazê-lo esquecer tudo que tinha vivido até ali. Mas é aí que ele lembrava, ainda que seus pensamentos estivessem confusos. E no outro dia o que restava era uma dor de cabeça horrível e um estômago embrulhado.

Depois que sua mente — e coração– se acalmaram, ele pensou que talvez essa fosse uma oportunidade de procurar Lisbela e…

Mas mil coisas surfgiram em sua cabeça: E se ela estivesse com alguém ? E se ela não quiser me ver? E se… E se…

Rodrigo levantou-se e lembrou que não conquistou ela ficando parado. Em um momento de coragem decidiu que iria procurar Lisbela, iria dizer que a amava e tudo que tinha guardado no peito por todos esses anos. Ainda que voltasse com um “não” como resposta. Era melhor do que conviver com a dor de nunca ter tentado.

Ele foi para frente do emprego de Lisbela e ficou o dia inteiro observando cada passo dela. Seu cabelo tinha alguns fios brancos e ela estava um pouco abatida, mas continuava tão linda quanto a primeira vez que ele a tinha visto.

Ele esperou até a hora dela sair do serviço e a seguiu até a rua de sua casa.

***

Lisbela teve a sensação de que alguém a estava seguindo. E ao olhar para trás, percebeu que havia um homem a espreita atrás de um dos muros de um prédio que estava atrás dela. Ela achou muito suspeito e começou a apertar os passos.

Foi quando ela ouviu que o homem também começou a apressar seus passos e já estava quase alcançando-a. Desesperada ela correu sem olhar para trás.

Até que ouviu o estranho chamar pelo seu nome:

— Lisbela, pare! Pare, sou eu.

Ele nem precisou se identificar, ela reconhecia perfeitamente aquela voz. Ela parou no meio do caminho, seu coração parecia que iria sair pela boca. Ela ficou uns instantes parada de costas para ele.

***

Rodrigo parou. Não sabia o que dizer…

Quando começou a se aproximar ela virou de frente com ele. Por um momento os dois se olharam em silêncio. Até que Lisbela, virou-se novamente de costas e começou a andar.

Rodrigo correu até ficar na frente dela. Segurou seus braços e pediu que conversassem.

Lisbela olhou para ele e disse:

— O que você está fazendo aqui? Eu não quero problemas com a Célia e…

Antes que ela terminasse Rodrigo a interrompeu:

— Eu não estou mais com a Célia.

— Ah, então você acha que é assim? Rodrigo, fazem quase nove anos. N-O-V-E! É tempo demais, já me decepcionei muito com você e não quero sofrer de novo. — Disse Lisbela, indignada, soltando os braços das mãos de Rodrigo.

Lisbela já ia saindo, quando Rodrigo disse algo que a fez parar:

— E você não está sofrendo agora? Não está sofrendo sem mim? Porque eu sofro todos os dias desde que estou sem você. Nessa história toda você falou demais, a Célia falou demais, até minha mãe falou demais mas e eu? Você nem deu a oportunidade de eu me defender, ou pelo menos, de tentar te explicar o que aconteceu. Não, eu não fui correto com você. Eu fui um CANALHA, com letra maiúscula mesmo. Mas se te conforta eu paguei todo o mal que fiz para você. Só quero conversar com você, não vou forçar nada. Mas deixe eu desabafar tudo que está aqui dentro. Depois dessa conversa, juro não te procurar nunca mais se você quiser, mas por favor, me ouça.

Lisbela quase chorou, mas segurou firme. Virou-se para ele e disse:

— Tudo bem, vamos há alguma lanchonete ou restaurante.E conversamos. Mas sem compromisso. Vamos como amigos.

Rodrigo aceitou.Os dois foram andando lado a lado como dois desconhecidos. O silêncio reinava. Rodrigo sugeriu um restaurante e Lisbela concordou. Era perto dali e foram a pé.

Quando chegaram lá, escolheram uma mesa qualquer e pediram dois sucos de laranja.

Rodrigo começou a contar toda a história desde o começo. Contou que havia ficado com Célia em uma festa, que estava muito bêbado e que ela ficou se insinuando para ele. Claro ele não era nenhum animal desesperado por fêmea, mas foi fraco e acabou ficando com ela. Depois daquilo os dois nem haviam conversado mais. Até aquele dia em que ela contou que estava grávida. Ele contou que tentou ser um bom marido para ela. Tentou cumprir seu papel de homem, mas que nunca tinha sido realmente feliz. Contou da segunda criança e que a mãe dele começou a suspeitar das coisas. Contou dos dias em que passou embriagado.  Contou como estava sofrendo sem ela. Como a amava mesmo depois de tantos anos.

Lisbela ficou em silêncio, ouvindo atentamente tudo o que ele disse sem esboçar nenhum tipo de reação.

Depois de contar toda a história, ele pegou nas mãos dela. Enquanto as mãos dela estavam suadas as mãos dele estavam frias.  Ele olhou para ela e disse:

— Olha, eu estou aqui na sua frente me comprometendo a ser um homem melhor. Eu sei que errei e vou entender se, mesmo depois dessa conversa, você nunca mais quiser olhar na minha cara. E eu prometo que dessa vez eu vou me afastar de verdade. Mas pense bem, não seja orgulhosa, pense no que te faz feliz, pense se vale a pena sofrer só para ter razão. Eu juro que dessa vez eu vou te fazer feliz, juro. Me perdoe por todos os erros que cometi, mas por favor, não esqueça de todas as vezes que eu acertei.

Lisbela começou a chorar. Olhou para ele.

— E..eu não sei. Por favor, não faça isso comigo. É claro que eu te amo e nunca vou te esquecer. Mas você me machucou demais. Não sei mais se consigo ficar com você.

— Eu entendo. Mas não aceito. Pense, nós estamos envelhecendo, não vale a pena perder o amor da sua vida por orgulho.

— Eu sei, mas não sei se consigo.

— Tudo bem. Olha para mim. Faz assim: Eu te dou uma semana para decidir, para pensar se você disser não, eu vou embora para nunca mais voltar, prometo. — disse enquanto enxugava as lágrimas de seu rosto.

Rodrigo foi acompanhando Lisbela até a sua casa, já era tarde e onde ela morava costumava ser muito perigoso à noite.

Quando eles chegaram lá, Rodrigo já ia indo embora quando Lisbela o puxou pelo braço e roubou-lhe um beijo. Ele entendeu: a decisão já havia sido tomada. Lisbela pensou bem e percebeu que não valeria viver longe da pessoa que ela amava, trocou a razão pelo coração e estava disposta a lidar com as possíveis consequências que isso acarretaria. A prioridade agora era ser feliz.

Naquela noite os dois dormiram juntos e assim foi nos dois anos seguintes. Anos muito felizes, aliás.

Eles estavam tentando engravidar, sem sucesso. Então decidiram buscar um médico para ajudá-los. Fizeram vários exames e receberam a noticia de que Rodrigo estava com câncer de próstata.

Os dois choraram muito. Lisbela tentava ser forte, mas estava muito preocupada com Rodrigo.

Os meses foram passando e mesmo fazendo tratamento, a doença não dava trégua. O câncer havia se espalhado por várias partes do corpo. Já não tinha mais nada para ser feito. Então os dois resolveram aproveitar o máximo de tempo juntos, intensamente o amanhã era cada dia mais incerto. Lisbela não se conformava, depois de tanto tempo sofrendo separados, quando finalmente conseguiram ficar juntos surgiu essa doença para atrapalhar. Rodrigo ficava bravo quando ela questionava Deus. Ele era religioso e estava tranquilo, triste sim, mas tranquilo e grato por ter conhecido ela, por ter a oportunidade de compartilhar um pouco da sua vida com uma pessoa tão especial.

Rodrigo ainda viveu um ano. Foi triste, foi doloroso, mas os dois aproveitaram cada minuto juntos. Até que em um dia de primavera aqueles lindos olhos cor de mel se fecharam para sempre.

Para Lisbela, nada no mundo conseguiria substituir a presença de Rodrigo. Tanto que mesmo vinte cinco anos depois da morte dele, ela nunca mais se relacionou com ninguém, não conseguia. Ela dizia que o amor deles era único e especial, nada poderia substituir. As vezes, ela tinha a sensação de que ele estava junto dela, ela podia até sentir o seu perfume no ar.

Eu fiquei surpresa quando Lisbela me contou essa história. Parecia história de filme. Me deixou sem palavras, tudo que eu queria era entender porque tantas coisas ruins tinham acontecido na vida daquele casal e eu também fiquei triste pelo final. Lisbela me disse que não era para eu ficar triste que ela não ficava triste, porque Rodrigo só lhe causava pensamentos felizes e tudo que ela lembrava era o quanto tinha sido feliz ao lado dele. E também me disse que o final deles ainda não tinha chegado e que ela sonhava encontrá-lo em um outro plano espiritual. Ela me disse:

— Menina, você é jovem. Não deixe que o orgulho destrua um grande amor. Muitos dizem que o amor verdadeiro não existe, mas ele existe sim e está bem na cara de quem o quer ver. Viva o amor. Ame. Mesmo que o final não seja feliz como nos contos de fadas, o amor sempre vale à pena.

Foi então que o Ônibus dela chegou e eu a vi indo embora. Eu já tinha ouvido muitas histórias, mas sem dúvidas essa foi a mais impressionante (e triste) que já ouvi. Indubitavelmente, Lisbela e Rodrigo serão personagens da vida real que eu nunca esquecerei.

 

{BEDA #3} Qualquer dia desses

Em pleno terceiro dia de BEDA eis que surge o bendito bloqueio criativo. ba dum tss 😦  Por sorte eu sempre deixo alguns textos em rascunho. Espero que gostem. ❤

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Aparece qualquer dia, que é pra gente ouvir Legião, ficar por horas analisando o conteúdo das letras.

A gente pode inventar um monte de histórias de terror, pra depois servir de pretexto para dormir agarradinho.

Vai, aparece por aqui. Se você vir mesmo, prometo fazer a minha especialidade culinária: brigadeiro de panela. Depois posso te obrigar a assistir minhas comédias — bobas — românticas e você me obriga a assistir seus filmes de ação e explosão.

Você pode sugerir que a gente assista a algum filme de herói, talvez a gente discuta porque você prefere os heróis da Marvel e eu da DC, mas no fim concordamos que (embora eu prefira os heróis da DC) as melhores adaptações cinematográficas são mesmo as da Marvel (fazer o que :/).

Aparece aí, vai! Esquece aquilo que eu falei, sobre odiar surpresas e vem, mesmo que seja sem avisar. Você vai poder perceber na expressão do meu rosto, que essa foi a melhor surpresa que tive na vida.

Vem. Vem que prometo fazer um monte de careta pra te fazer rir, em um dia chato.

E então a gente relembra toda a programação da Tv Cruj. Em seguida, você bem podia fazer um cafuné e por um segundo seríamos só nós dois e os problemas ficariam bem pequeninhos.

Promete que qualquer dia desses você vem?

❤ Sugestão de música: Use somebody

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Lugar favorito

Hey, people. O meu blog tá meio abandonado (motivo: gripe que não me abandona, nem abandona a minha família :/)
Para tentar dar uma animadinha por aqui, resolvi tentar encarar o BEDA (Que consiste em criar um post por dia, durante o mês de Agosto).
Vou seguir as sugestões do Henrique para me dar Norte, espero que gostem. Vou tentar criar narrativas para os temas, no dia que não conseguir, farei um post normal. Perdoem os textos que não ficarem tão bons.
P.S.: Para quem quer ler o final do ” O moço dos olhos cor de mel, fiquem atentos. Até sexta-feira, sem falta, publicarei o último capitulo. ❤

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Créditos

 

Adele sempre foi muito apegada a cheiros, pessoas e lugares. Ela amava lugares que tivessem água: rios, lagos, mar. E se sentia extremamente feliz nesses lugares, como se eles fossem os melhores lugares do mundo.

Outro lugar que sempre a deixou feliz foi o gramado de sua casa, de lá ela poderia ficar horas observando o céu azul e tentando adivinhar os desenhos nas nuvens(quase sempre ela via desenhos de anjos).

A janela do carro ou ônibus era melhor que qualquer programação da televisão, ela admirava a beleza do sol passando entre as nuvens, admirava o pasto verde e os bois se acomodando na sombra das grandes árvores. E os pássaros brincando no céu. Tudo era muito belo, nessas horas ela tinha certeza que a criação de Deus era mesmo perfeita Embora ela tivesse paixão pela luz do dia, tinha fascínio pela noite, pela lua iluminando o céu, pelas árvores secas que via pelo caminho, pelos sons dos bichos da noite, ela ficava encantada com tudo o que podia ver. Dormir no ônibus ? Nem pensar, ela não poderia perder a paisagem.

Ela não contava pra ninguém, mas tinha um paraíso particular: o seu quarto. Lá ela ouvia músicas, ria lembrando de tudo de bom que tinha passado no dia, ou chorava por alguma decepção, as quatro paredes do quarto sempre foram suas confidentes fiéis. De manhãzinha os passos da mãe a deixavam confortada. Ela sabia que ali ela era feliz.

Demorou, mas um dia Adele descobriu que o melhor lugar do mundo é aquele onde ela se sente bem, onde ela pode aproveitar a companhia das pessoas que ama ou de aproveitar a sua própria companhia, porque as vezes a solidão também é necessária. Um lugar legal pode estar dentro do quintal.

Seu lugar favorito era qualquer lugar onde ela encontrasse um tiquinho de felicidade, nem que fosse em coisas “não caras”. Porque a maior felicidade ainda é aquela que não tem preço.

♥ Sugestão de música (que não tem absolutamente nada a ver com o texto haha): Velha infância

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Eu quero ter uma “vó”

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Google Imagens (se for o dono da imagem, por favor, avise!)

N.A: Hoje é o dia dos avós. E essa data sempre me deixa um pouco triste. 😦
Porque eu nunca tive nem avô, nem avó. Não tive puxão de orelha, nem fiz parte dos encontros de final de ano. Não tirei foto com meus avós. Quando eu tinha 8 anos fui à casa que eles moraram. E encontrei uma casa vazia: sem móveis e sem vida. A única coisa que me alegrou foi poder andar pela casa grande de madeira e imaginar todos ali. E no dia seguinte, quando eu abri a janela tinha um lindo jardim do lado de fora. E até hoje eu sorrio ao lembrar é como se meus avós me dissessem “bom dia!”
Há alguns anos atrás, eu escrevi (em outro blog) sobre isso e vou compartilhar com vocês.

*****************

Tenho um filho de oito meses, e ao observar o relacionamento dele com as avós , fiquei pensando : “que coisa mais boa ter vó”.
Quando eu era criança , sempre ouvia os meus coleguinhas de sala dizendo que iriam almoçar na casa da avó, que iriam passar a tarde na casa dela; contavam as histórias (causos) que a avó lhes contava, e quando a professora passava algum trabalho —  por exemplo, pegar folhas de árvores, livros antigos, etc  —  eles diziam : na minha vó deve ter.
E eu ficava sempre de lado, observando, ficava muito triste, porque eu não
tinha avó, nenhuma !
A mãe do meu pai morreu anos antes de eu nascer.
E a minha mãe é adotiva, a mãe dela adotiva também faleceu antes do meu nascimento, e a mãe biológica é desaparecida.
As vezes eu me pegava olhando as velhas fotografias do meu pai, e ficava horas imaginando como seria se minha avó estivesse viva, como seria seu abraço, sua voz, seu sorriso, a cor e a textura de seus cabelos, o jeito de olhar, o cheiro, e até ficava imaginando como ela iria brigar comigo. As vezes até sonhava que ela estava viva. Era (é) muito triste.
Vocês não tem noção de como eu senti falta de ter uma vó!
Por vezes me senti até injustiçada por não ter uma.
Acho que é por isso, que estou sempre disposta a ouvir as histórias que os mais velhos tem pra contar; quando eu ia à casa das minhas amigas e as avós delas vinham conversar , eu ficava lá, que nem uma boba ouvindo encantada todas as histórias, talvez por isso também, eu seja encantada por aquelas vovós de antigamente : de cabelos brancos, voz macia, e cheiro de naftalina. Ai, como eu queria ter uma avó!
Mas o que me deixa feliz  é que pelo menos meu filho tem a oportunidade de conviver com as avós, diferente de mim, ele vai saber como é gostoso ter uma, o carinho, os presentes , as broncas…
Quanto a mim, sempre vou viver procurando a minha avozinha em todas as senhoras de cabelo cor de nuvem, pele marcada pelo tempo e experiência, e esperar (e torcer) para que um dia eu possa ser uma delas, e já que eu não pude saber como era ser neta, que eu saiba ao menos como é ser avó, e que eu possa ser a avó que eu sempre desejei ter.

Hoje eu acordei linda

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Créditos

Hoje eu acordei decidida a viver o dia da melhor forma possível. Vesti aquela roupa que há anos sinto vergonha de usar porque meu corpo não tá lá essas coisas. Decidi cortar uma franja e passar o meu batom vermelho as dez horas da manhã.

Neste dia vou ignorar qualquer opinião a meu respeito. Opiniões só nos atingem se deixarmos. Tô evitando essa gente chata, que gosta de me colocar pra baixo. Tô bem, tô feliz mesmo e tô nem ligando pra todos esses padrões.

Acordei com disposição de fazer tudo que tenho vontade: de comer brigadeiro, de sair que nem uma louca com minha câmera nas mãos registrando os detalhes que percebo.

Hoje vou dançar, girar até erguer o meu vestido. Vou cantar como se estivesse no chuveiro, vou sorrir para um estranho na rua e dar bom dia até para as árvores que estiverem no caminho.

A decisão de ser feliz pertence somente a mim, e estou pronta para ser feliz do meu jeitinho.

Como é bom sentir-se assim: Livre!

Aquela liberdade de saber que posso ser quem eu quiser. No jeito que eu quiser. Os outros podem rir, para mim eles estarão rindo para mim e não de mim. Porque as coisas começam a ficar diferentes quando as vemos de perspectivas diferentes.

Hoje não preciso que ninguém me diga que estou linda, porque é assim que me sinto. É um reflexo, de dentro para fora e essa a beleza mais bonita que existe.

Hoje eu acordei linda e ninguém vai me provar o contrário.

Não serei eu mesma para sempre

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“Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei eu mesma para sempre.” (Autor desconhecido)

Quando eu era mais nova falava de boca cheia que eu nunca iria mudar quem eu sou. Como fui tola. Eu era jovem demais para entender o quanto as mudanças são importantes na nossa vida e como, mesmo que sem querer, os acontecimentos podem mudar sim quem somos.

M-U-D-A-N-Ç-A-S. Está aí uma palavra que me assusta. Eu não uma pessoa muito ligada em horóscopo, mas vez ou outra, acabo lendo algo sobre. Sou de Touro e já li que é um signo que não gosta de mudanças bruscas, tenho que confessar que sou assim.  O irônico é que eu morro de medo de mudanças, mas me adapto facilmente a elas.

As vezes as mudanças são positivas, as vezes é disso que precisamos, e é isso que a gente quer.  Quando a mudança é algo planejado tudo se torna mais fácil, mais leve, a solução é simples. Mas e quando você ignora que precise de uma mudança? Você não quer! Não quer desapegar, não quer ir embora, não quer que as coisas mudem. Porque é muito mais fácil — e cômodo — que as coisas continuem como estão.Qualquer mudança, por menor que ela seja, para uma pessoa insegura é uma experiência assustadora.

Mas por mais difícil e dolorido que possa ser,  mudar, as vezes, é mais que necessário é libertador!

Nos últimos anos ocorreram muitas mudanças em minha vida. Muitas delas eu desejei, eu sonhei eu quis, outras aconteceram sem que eu esperasse. E eu achava que ia ser só mais uma mudança e que eu iria passar tranquilamente por ela. E o que eu pude perceber, foi que, no fundo, eu não estava tão preparada para ela quanto eu pensava. Eu sempre me achei muito madura, muito pé no chão. (In) Felizmente descobri que não.

Eu sempre fui sonhadora demais para ser “pé no chão”. O sonhador quer o voo, mas não leva em consideração as quedas e todas as consequências que elas acarretam. A gente tá tão no alto que a última coisa que pensa é que a caída pode ser dolorosa. Achamos que passaremos a vida inteira em pleno voo. A gente acha que é pluma e descobre que virou pedra.

Descobri que  uma garota pode ser imatura mesmo se achando a “garota mais madura do quarteirão.” Que a gente acerta, acerta, acerta, mas que por mais que tentemos fazer coisas certas e que não fujam muito da fatídica zona de conforto, é inevitável que coisas ruins aconteçam em mudanças aparentemente boas. Você descobre que coisas ruins, as vezes, acontecem a pessoas boas. E todas essas descobertas por mais desconfortáveis que sejam, são necessárias. Moldam quem nós somos, continuamos com a essência mas adicionamos um pouco mais de experiência na bagagem.

E com o tempo você se dá conta que essas grandes e dolorosas mudanças fazem parte do nosso crescimento.

E você sonhando em crescer logo , achando que iria ser fácil, não é?

Não, não é. Mas um dia amadurecemos e damos graças a Deus por ter nos dado a oportunidade de mudar tantas vezes. E torcemos que a gente mude muitas vezes mais.

E então é isso: Que venham as mudanças, que eu cresça, que eu aprenda e, principalmente, que eu sobreviva (eu sei que eu vou sobreviver).

Yes, I’m a dreamer

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A infância inteira ouvindo : “Hey, acorda!”; “Presta atenção!”; “Essa menina vive no mundo da lua…”

Os adultos nunca me compreenderam. Eu nunca estive “no mundo da lua”, eu sempre estive no meu mundo, naquele mundo que sonhei pra mim. Esse mundo era muito distante, em um lugar chamado futuro. E como ele parecia incrível!

Sempre fui sonhadora, passava horas do meu dia imaginando tudo aquilo que gostaria de conquistar. Tinha um caderno com calendários que iam até 2013 (detalhe: era 2003), com todos os meus planos, minhas economias, mensagens inspiradoras e colagens de coisas que eu gostaria de ter e fazer.

O tempo foi passando e as coisas não foram exatamente como o planejado. E eu que sempre fui controladora me senti um fracasso. Eram sonhos grandes demais para mim.

Aos poucos , aqueles velhos cadernos pararam de fazer sentido…

Chegou 2013 e as coisas tinham fugido totalmente do controle. Eu era uma adulta agora, mas adulta mesmo, de verdade. Eu tinha um emprego fixo, uma casa, um carro e um filho para sustentar. Por outro lado, tinha um monte de coisa pela metade: uma faculdade inconclusa, problemas no relacionamento…  E, quando a gente cresce e percebe o tanto de dificuldades que vão surgindo, os sonhos vão se distanciando cada vez mais.  O irônico que eu sempre pensei no futuro, e sempre quis conquistar muitas coisas da “vida adulta”, mas eu nunca tive vontade de crescer. Não à toa um dos meus desenhos favoritos sempre foi Peter Pan.

De repente, me dei conta que não conseguia mais decifrar os desenhos das nuvens, percebi que não conseguia mais lembrar dos meus sonhos. Eu fui me anulando, me depreciando. Eu mal me olhava no espelho e quando me deparava com minha imagem, ela estava distorcida. Aquela não era eu. E não era quem eu queria ser.

As pessoas destruíram os meus sonhos, acabaram com a minha ingenuidade, me fizeram perder a minha melhor qualidade: a de sempre ter fé e esperança.

Eu levei anos para criar um abrigo, para sentir-me segura. E eles vieram sem piedade alguma e destruíram tudo. E eu fiquei ao relento. Enfraqueci. Minha alma doía. Enquanto eles riam da minha cara.

E eu também tive minha parcela de culpa. Porque eu não estava atenta o suficiente. Eu permiti que eles se aproximassem pouco a pouco, que estudassem meu jeito, deixei brecha para descobrirem minhas fraquezas, enquanto eu tentava demonstrar quão forte eu era.

Mas um dia, depois de derramar incontáveis lágrimas. Eu decidi que era hora de reagir. Eu não podia deixar que eles me corrompessem. Eu não queria ser como os demais adultos. Eu queria ser uma adulta, que tivesse os olhos brilhantes como o de uma criança quando faz uma descoberta incrível em seu quintal.

Eu tinha que reagir e foi isso que eu fiz. Em vez de evitar e fugir dos meus problemas, eu os enfrentei. Encarei as pessoas que tinham me feito mal, frequentei lugares que me lembravam coisas ruins. Sofri com veemência, chorei, me destruí. E depois de cair a última lágrima de tudo que estava me incomodando, senti que havia crescido. E como dói crescer. Mas algo tinha mudado: agora eu me sentia pronta.

Então, a mudança começou a acontecer lá dentro e aos poucos passou a refletir também do lado de fora, foi um longo processo, porém vitorioso. Aos poucos pude ver a luz que havia dentro de mim reacender. Eu tinha muitos sonhos de antes, mas já não era mais a mesma. Descobri que eu posso crescer e continuar cultivando alguns sonhos e sentimentos de quando eu era pequena. É até bom, para deixar a vida mais leve.

E eu sei que lá nos meus sonhos fica a minha Terra do Nunca e lá eu posso ser criança quando eu quiser. É só você reparar nos meus olhos brilhantes, que verá que dentro dessa armadura de “gente grande” existe uma criança, que as vezes se permite rir para a lua e brinca tentando adivinhar os desenhos nas nuvens.