trinta e um

Oi, eu do futuro.

Ou eu do passado.

Ou eu do presente.

Feliz aniversário, fia.

O legal de escrever é poder eternizar um momento, como ainda não inventaram uma máquina do tempo eu viajo enquanto escrevo, deixo mensagens para a posteridade.

Enquanto eu escrevo isso ainda tenho 30. Mas em, mais ou menos, uma semana completo 31.

Que viagem doida! Tenho bem marcado na minha lembrança aquele maio frio em que eu fiz 4 anos: o primeiro aniversário que gravei na memória, o primeiro aniversário que me fez entender o que era “fazer aniversário”.

Na minha viagem do tempo, eu pulo para os treze anos, que idade feliz! Naquela época, quem tinha 30 parecia tão velho… e agora quem tem 40 parece tão jovem. E, não é porque o pessoal descobriu uma fonte da juventude, mas sim porque o meu olhar agora enxerga de outro ângulo.

Eu adoraria contar para a minha versão 3.1 que a gente realizou todos os sonhos de antes dos 30, mas não foi bem isso que aconteceu. A vida girou mais que aquele “chapéu mexicano” que a gente viu quando era criança, só que dessa vez a gente tava lá no meio girando e a vida nos virou do avesso, no mínimo, umas três vezes. E vou te contar: foi doido! E foi doído também. Fomos do fim do poço ao começo dele diversas vezes. E se fazer trinta já causa uma crise existencial normalmente, imagina fazer 30 no meio de uma pandemia mundial, enfrentando desemprego, doenças na família. Eu não gosto de xingar, mas puta que o pariu, que fase!

Agora as coisas acalmaram um pouco. E um pouco é melhor que nada.

Eu queria falar para o meu eu que vivemos o nosso sonho americano: que a gente está caminhando em um bairro com as casinhas todas parecidas, que estamos em Nova Iorque com nosso café nas mãos enquanto esperamos por um táxi amarelo, mas continuamos na mesma cidade, vendo as mesmas casas, os mesmos rostos e a mesma seringueira que é cartão postal da cidade.

Porém agora sinto que algo mudou dentro de mim e não é comodismo, juro, mas aprendi a amar viver onde vivo e conhecer cada pedacinho daqui, mas ainda assim, me surpreender no pequenos detalhes cotidianos que uma pequena cidade traz: conhecer todo mundo, poder observar o pôr do sol com calma, tomar o melhor sorvete da face da terra!

E, apesar de um monte de sonhos terem se embolado no meio do caminho, outros tantos desenrolaram e se tornaram reais. Além disso, outras coisas que saíram totalmente do script que eu pré-estabeleci foram incríveis!

Não estou no meu melhor momento, mas hoje eu sei e entendo que esses momentos desafiadores também fazem parte da vida. Então me permito ficar triste e brava quando algo não está bem. E me permito também sorrir e ser grata pelos pequenos momentos de felicidade do cotidiano.

E eu repito como um mantra: “é só um momento ruim, não um dia ruim.”

Fazer trinta e um anos me fez perceber os pequenos milagres que ficam escondidos enquanto a gente espera os grandes.

Esse post está meio atrasado, mas o que vale é a intenção, né? kkkk Comecei a escrever com trinta e terminei com quase 31 anos e 1 mês. (: