História baseada em fatos reais.
Era um finzinho de tarde normal, como todos os outros.
A família ria das bobagens da televisão. A criança fazia de tudo para que alguém lhe desse atenção.
Até que de repente, ouve-se gritos, a família assombrada corre para frente de sua casa e assiste de camarote o desespero da moça que apanha de um rapaz. Ele a joga no chão, a humilha, puxa seu cabelo, a agride de todas as formas possíveis.
Na família, embora estejam assustados ninguém se move. Um dos homens pede para que levem a criança para dentro, pode ser perigoso o cara lá pode estar armado. Uma das mulheres chora: “Ele vai matar ela, ai meu Deus!”
De repente alguém decide tomar atitude e abre o portão de sua casa para ajudar a moça. Essa atitude mobiliza todo o quarteirão, a correria aumenta, desta vez em prol da garota.
Os vizinhos se unem e vão para cima do casal. O rapaz xinga, diz que as coisas não irão ficar assim, que ele voltará e matará a moça. Ela chora, humilhada, suja. O agressor foge e a vizinhança faz um círculo em volta da menina. Uns com curiosidade, outros por pena.
Na esquina junta-se outra roda, de especuladores, que querem saber a todo custo o motivo da briga. Um deles responde: Ela traiu ele.
Foi o suficiente para que boa parte das pessoas achassem justa a agressão que a moça levou.
O que ninguém sabe, é que ele a humilhava todos os dias. Chegava bêbado em casa, batia nela, a ofendia verbalmente. E quando ela dizia que iria sair de casa , ele ameaçava matá-la. Ela denunciou ele para a polícia, que fez o B.O e só. Ele foi intimado, pediu perdão pra moça, que resolveu dar uma segunda chance ao pai dos seus filhos.
E foi tudo bom por uns dias, até que o agressor voltou. Ela não suportou, disse que iria embora e levaria os filhos, dessa vez o enfrentou e disse que só não sairia dali se ele a matasse. Ele a acusou de traição, de vagabunda, de puta. Ela foi para o quarto juntar suas coisas , ele foi atrás e começou a empurrá-la. Por um descuido dele, ela consegue sair da casa correndo e ele vai atrás até alcançá-la e começa a bater nela na rua, para quem quisesse assistir.
A moça, coitada, nem sabia que aquele era o “Dia Internacional da Não violência contra a Mulher” e ela era mais uma das vítimas dessa triste realidade. Que bem poderia fazer só parte desta história.