Se quiser ouvir uma música bonitinha, enquanto lê: Singular ♥

Foi ódio a primeira vista.
Se conheceram e não puderam negar a antipatia que sentiram um pelo outro. E por azar (com cara de sorte) do destino, arrumaram emprego na mesma empresa, fazendo obrigatória a convivência.
Todos os dias passavam um pelo outro e trocavam cumprimentos.
Ela achava ele chato, muito alto, pouco bonito.
Ele achava ela tola, muito baixa, um pouco bonita.
Dizem por aí que o ódio é o sentimento mais próximo do amor… e não é que um dia de tanto odiar o outro e procurar defeitos as qualidades irresistíveis passaram a aparecer?
Ele passou a reparar como os olhos dela eram fascinantes. Ela passou a perceber como era bonita a covinha que fazia na bochecha dele, quando ele ria das próprias piadas idiotas que fazia.
Aos poucos os cumprimentos passaram a ser acompanhados por sorrisos tímidos e olhares que se evitavam.
Ela começou a sonhar com ele todas as noites. Ele sonhava de dia mesmo e bem acordado.
Começaram aos poucos a conversar sobre filmes da Tela Quente. E quando perceberam trocaram os números de telefone e passavam as madrugadas trocando mensagens.
As pessoas começaram a perceber que os dois estavam apaixonados um pelo outro, só faltava eles perceberem isso.
Um dia ele, finalmente, tomou coragem e a convidou para almoçar e ela aceitou. Foram almoçar em um restaurante barato, mas que tinha uma comida deliciosa.
Na volta eles pegaram uma chuva forte, ela ficou irritada porque teria que trabalhar toda molhada e ele ria do jeito dela. Que ficou ainda mais brava ainda e saiu pisando duro, ele a puxou pelo braço e ela foi pousar bem em seu peito. Os dois ficaram parados se olhando. E o pessoal da empresa que assistia a tudo, começaram a gritar: “Beija”Beija!Beija. Ele riu e disse :
— Agora acho que terei que te beijar , por que senão o que será da minha reputação?
— Acho melhor você não arriscar a sua reputação – ela respondeu mordendo os lábios.
Ele entendeu perfeitamente o recado. E foi tão mágico que até parou de chover.